Semana triste para a história. Após o Genovese, morreu Eric Hobsbawm. Nada a ver com o tema do blog, mas cabe o registro, por motivos no mínimo afetivos: Hobsbawm foi o primeiro historiador acadêmico com quem tive contato, ainda no Ensino Médio, e um dos que eu mais li no final da adolescência, quando decidi cursar História. Embora tenha sido antes um sintetizador do que realmente um grande pesquisador, sua carreira historiográfica de mais de 50 anos teve um impacto significativo, especialmente ao sintetizar com sucesso a história contemporânea para um imenso público em muitos países distintos. Para quem tiver interesse, o livro que eu mais gostei dele foi, curiosamente, "Tempos Interessantes", uma autobiografia que é um fantástico contraponto ao seu "Era dos Extremos", nos permitindo perceber o século XX através da vida de um historiador que foi afetado, de um jeito ou de outro, por muitos dos grandes processos da época, escrito com uma candura por vezes irresistível - como quando relata sua relação com a sua feiúra.
01/10/2012 - 08h24
Historiador Eric Hobsbawn morre aos 95 anos em Londres
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Morreu na manhã desta segunda-feira aos 95 anos o historiador britânico Eric Hobsbawn, após uma longa pneumonia que o manteve internado por meses em Londres.
A informação foi confirmada pela filha do historiador, Julia. Hobsbawn morreu às 6h locais (3h em Brasília) no hospital Royal Free, na capital britânica.
"Ele será uma grande perda não só para sua esposa Marlene, seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também para milhares de leitores e estudantes em todo o mundo", informou um comunicado feito pela família.
Uma das principais referências no estudo da história no século 20, o autor publicou mais de 30 livros, incluídos "História do Século 20 --de 1914 a 1991", "Guerra e Paz no século 20", "A Era dos Extremos", entre outros.
Seu último livro foi "Como mudar o mundo", publicado em 2011.
Filho de judeus, o historiador nasceu em 1917 em Alexandria, no Egito, na época em que o país árabe era uma colônia britânica.
Aos dois anos, mudou-se para Berlim e em 1933 para Londres, com o aumento do poder de Adolf Hitler na Alemanha.
Hobsbawn também era conhecido por sua relação com a esquerda. Em 1936, entrou no Partido Comunista inglês, do qual foi membro durante décadas até se desiludir com a União Soviética após a invasão à Hungria, em 1956.
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